terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Ismael Serafini. O "dono" da casa Pentacolor. Matéria do Gazeta Veranense


Na última semana, o roupeiro do VEC, seu Otávio, foi tema de reportagem. Agora, a atração é a pessoa responsável por manter o “caldeirão Pentacolor” sempre em condições de sediar os jogos do Campeonato Gaúcho. Este é Ismael Serafini, 60 anos, o zelador do Estádio Antônio David Farina (ADF).
                A história dele junto ao Veranópolis começou em 1967, bem antes de o próprio clube ser fundado. Ele era servente de pedreiro e participou da construção do estádio. No ano seguinte, iniciou o trabalho de zelador do ADF, além de ser roupeiro do antigo Grêmio Esportivo e Cultural Dalban. Mais tarde, foi massagista do clube, de 1975 a 1980, até sair para ser pedreiro. Em 8 de agosto de 1999, retornou ao cargo que ocupa até hoje.
                Sua principal função é cuidar do gramado e fazer a limpeza do estádio, principalmente nas arquibancadas após os jogos, bem como ligar e desligar os refletores, abrir e fechar os portões e soltar os foguetes na entrada do time em campo. Além disso, ele pinta as linhas do gramado, sempre após cada partida, organiza a ocupação das emissoras de rádio e televisões nas cabines de imprensa e realiza consertos em geral. Todos esses trabalhos são feitos por ele, sozinho.
A manutenção do gramado vai desde a escolha da variedade “sempre verde”, que é tratada com adubo líquido, três vezes por ano, doados por uma empresa de Garibaldi. Serafini conta que um jeito de recuperar a grama é substituir por outra ou colocar areia. Para matar os inços (ervas daninhas) que se misturam ao gramado, ele utiliza um herbicida, ao qual a grama é resistente.
Uma das pragas mais comuns é conhecida por “Capitão”, que “come” a raiz e “mata” a grama. Porém, ao colocar adubo, a questão está resolvida. Para espalhar o produto, ele utiliza um pônei, de sua propriedade, puxando um rolo que distribui o líquido. Em períodos de seca, o “tapete” é irrigado a cada dois dias, com água proveniente de um açude próximo ao ADF.
BOAS HISTÓRIAS
Seu Ismael lembra que, em 1968, o estádio contava somente com uma arquibancada, onde cabiam 200 pessoas, e um pavilhão de madeira, coberto por telhas, com duas cabines de rádio. O local tinha uma extensão de 90 por 68 metros e se estendia da área que compreende o atual até próximo à E.R. Amantino, onde atualmente passa a RSC 470. Quando a rodovia foi construída, o governo estadual comprou o terreno e, por isso, o estádio teve que mudar de local.
                Seu Ismael é pago pelo VEC e, também, pela Secretaria Municipal da Esportes. Por outro lado, os serviços dele não se concentram apenas no Estádio Antônio David Farina, pois ele corta o gramado nos estádios Alsemiro Laurino Guzzo, na Palugana, no Morada da Colina, conhecido como campo dos padres, e no Colégio Agrícola.
                Ele avalia o trabalho dos dirigentes do VEC como “excelente” e reconhece o esforço que eles fazem para manter o clube. Torcedor fanático do Veranópolis, ele se considera parte da história do clube:
                - Faço minha parte, colaboro com o gramado – afirma.
                Além de torcer pelo VEC, também é gremista. Por isso, gosta de lembrar as três vezes em que o Veranópolis derrotou, em casa, o Internacional pelo Campeonato Gaúcho. Em 1997, pelas semifinais, o Pentacolor virou o placar nos últimos minutos de jogo.
Depois, em 2007, o Veranópolis foi responsável por um dos maiores fiascos da história colorada. O Internacional, que há poucos meses havia conquistado o título do Mundial de Clubes, perdeu por 2 a 1 e foi eliminado na primeira fase do Gauchão daquele ano. Em fevereiro deste ano, com gol de Alê, aos 47 minutos do segundo tempo, o VEC ganhou novamente do colorado de virada.

Fonte: Gazeta Veranense/Luiz Felipe Perachi

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