O Presidente da Ferrari, Luca de Montezemolo, afirmou que a
escuderia italiana pode abandonar a Fórmula 1 para se concentrar nas corridas
de resistência, em uma entrevista ao jornal econômico The Wall Street Journal (WSJ) divulgada nesta sexta-feira.
"A
Fórmula 1 não funciona mais", declarou o líder da Ferrari. "Está em baixa, já que (a
Federação Internacional de Automobilismo)
se esqueceu que as pessoas seguem as corridas pelas emoções que elas provocam.
Ninguém as acompanha para ver a eficiência (dos carros)", acrescentou. "Ninguém
quer ver um piloto economizando gasolina ou pneus. As pessoas querem ver como
os pilotos pisam fundo para ir de um ponto a outro. (A F1) é um esporte, sim,
mas também é um espetáculo", ressaltou o chefe da "Scuderia". Montezemolo se referiu dessa
forma à última grande revolução na regulamentação da Fórmula 1 para reduzir custos e tentar se modernizar, o que inclui a
introdução de um novo motor V6 turbo híbrido, menos barulhento e
menos poluente. A Ferrari, proprietária do grupo
FIAT, que também tem Montezemolo como presidente, é a equipe mais emblemática
da principal categoria do automobilismo mundial e conta com 15 títulos do Mundial de pilotos, 16
títulos de
construtores e 221 vitórias em Grandes Prêmios. A Ferrari participa do mundial
desde a sua criação, em 1950. Também disputou provas de resistência, vencendo
nas 24 Horas de Le Mans em nove ocasiões. Seu fundador, Enzo
Ferrari, decidiu concentrar todos os seus esforços na Fórmula 1 a partir de
1973. Montezemolo
indicou que a Ferrari poderia se dedicar às corridas de resistência a partir de
2020. "E, é claro, não podemos correr em resistência e na Fórmula 1 ao mesmo
tempo, não é possível", explicou.Nesta temporada, a Ferrari não
vem conseguindo competir com suas rivais Mercedes e RBR e está
sendo ameaçada inclusive por equipes como a McLaren e Force India. A
escuderia italiana é quarta no mundial de construtores, com 87 pontos. O
espanhol Fernando Alonso está em 4º entre os pilotos, com 69 pontos, a metade
da pontuação do líder, o alemão Nico Rosberg (Mercedes).