A cidade de Veranópolis é grata a Tite pelo título mais importante da história do VEC (Veranópolis Esporte Clube), a 2ª divisão regional, em 1993. Foi também a primeira conquista do técnico. O time gaúcho tinha na ocasião um torcedor com acesso VIP a jogos e vestiários: Cássio, um garoto de 6 anos cujo tio era massagista do VEC e que viria a se tornar o goleiro titular do técnico que "tietava" na infância.
Quase 20 anos depois da conquista do Veranópolis, Cássio cresceu bastante (mede 1,95m) e tem a missão de defender o Corinthians de Tite no Mundial de Clubes, no Japão.
Quando criança, Cássio morava em Veranópolis e acompanhava o tio em vários jogos do VEC. Enquanto Tite comandava o VEC do banco, Cássio ficava atrás do gol assistindo aos jogos. Uma espécie de amuleto do time.
“Eu deixava o Cássio atrás do gol enquanto eu trabalhava como massagista do Veranópolis. Ele gostava de ir, brincava com os jogadores adultos”, relembra João Carlos, que na cidade é conhecido como Kojak.
O UOL Esporte teve acesso a imagens da festa do título do VEC. Em uma das fotos, Tite aparece segurando copo ao lado de Kojak (de agasalho vermelho e calça azul). Em outra imagem do festejo, Cássio aparece agachado (tinha seis anos), perto do tio (de calça azul).
“Eu não me recordo do Cássio, até porque ele era muito pequeno, mas o Kojak é uma pessoa com quem tenho contato até hoje. O Cássio é o que é hoje graças ao Kojak, que sempre foi um cara do bem. Foi tão bom saber que eu voltaria a trabalhar com uma pessoa da família deles agora no Corinthians”, declarou Tite.
Segundo o tio do goleiro, o Corinthians já demonstrava intenção de contratar Cássio antes de Tite descobrir a ligação afetiva com a família do goleiro. Uma conversa por telefone entre Tite e Cássio foi decisiva para fechar o acordo, feito segundo no semestre do ano passado.
“O Cássio não falou para ninguém que tinha acertado com o Corinthians. O clube tinha pedido segredo para não atrapalhar a reta final do Brasileirão [de 2011]. Nem para mim ele contou. Eu só desconfiei que ele iria para o Corinthians quando o Cássio me contou que tinha conversado com o ‘Paizão’. E aqui nós chamamos o Tite de ‘Paizão’”, conta Kojak.
Tite deixou o VEC em 1994 e foi trilhar carreira em outros clubes do estado; Kojak seguiu como massagista do time por mais alguns anos. A amizade entre Tite e o tio de Cássio perdura.
