O esporte não é uma prioridade em muitas cidades, aqui nas nossas não é diferente, pouco se valoriza o leque de modalidades esportivas. O que mais se trabalha é o futebol, não que não seja importante, ele é, e tem o maior número de adeptos, uma característica brasileira. Mas, falta para nossas cidades uma política esportiva forte e bem estruturada, que dê condições ao jovem praticar o esporte que deseja, e que possa ser incentivado para se tornar um atleta de verdade. Mesmo com esses problemas, o Brasil conquistou um lugar de honra nos Jogos Pan-Americanos realizados em Lima, no Peru, que terminaram no último final de semana. As equipes brasileiras conquistaram 171 medalhas, sendo 55 de ouro, 45 de prata e 71 de bronze, na melhor campanha dos últimos 56 anos. Os Estados Unidos triunfaram na competição, com 120 medalhas de ouro. Sem surpresas, neste caso, uma vez que os americanos mantiveram a liderança nos Pan-Americanos em 16 das 18 edições da competição, é que lá o esporte é uma das prioridades do país. Ao todo, foram 19 dias de jogos Pan-Americanos deste ano, em que os atletas desafiaram o frio e a umidade peruana. Nesse Pan, o Brasil mostrou superioridade em algumas modalidades, surpreendeu em outras e também viu medalhas que pareciam quase certas escaparem. Mais uma vez, superação e aprendizado mostraram que caminham juntos em qualquer competição esportiva. Esta também foi a melhor campanha da história do Brasil em Pan-Americanos. Com o desempenho em Lima, o país superou os 52 ouros, 40 pratas e 57 bronzes – 157 no total – conquistados em 2007, quando a competição foi realizada no Rio de Janeiro. Na ocasião, Cuba ficou com a segunda posição na classificação, atrás dos EUA. De modo geral, os atletas que se tornam de elite percorrem três estágios, iniciação, especialização e aperfeiçoamento. O desenvolvimento do talento é fundamental, e somente alguns vivenciam o quarto estágio, a manutenção. Isso significa amigos, que o futuro atleta tem que ter uma iniciação desde cedo, e em seguida começa o período de especialização, o conhecimento do potencial, do corpo e das características do atleta, para em seguida acontecer o aperfeiçoamento, a lapidação necessária para que ele se torne um atleta de ponta e possa representar o país nas competições. Tudo isso passa pela necessidade de ter local apropriado para a prática de cada esporte, um centro de treinamento equipado, e que possa oferecer ao atleta a possibilidade de se desenvolver. Bom, paramos por aqui, pois não temos isso, e nem próximo a isso, e aí reside o principal é grande problema para o desenvolvimento esportivo de uma maneira geral. Falta tudo, falta incentivo, e principalmente, falta uma política esportiva que definitivamente não temos. Temos sim abnegados, lutadores, e que fazem mágica para tentar desenvolver, e incentivar jovens atletas a praticarem esporte. Mas, para por aí! Pode mudar? Sim, acho que pode, mas o esporte também tem que ser prioridade. Quem sabe? Sonhar não custa nada.
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